segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

no mesmo lugar

Eu irei lá.
Não por fotografias ou pela grafia da ilusão.
Irei pelas próprias pernas, que se farão quase asas, que serão como casas,
para me salvar das distâncias e das ânsias que brotam de cada escuridão.
Eu irei lá.
Mas sem levar aqui na mochila.
Tentarei estar vazio do que fui e aberto ao que flui, para que isso me encha sem
transbordar, bordando em mim leitos de rio em que poderei repousar.
Eu irei lá.
Livre de mapas e roteiros.
O próprio caminho será como um mosteiro sem paredes, o meu teto e o meu
chão.
Quando chegar lá,
não olharei para trás nem para a frente.
Terei encontrado, finalmente, o princípio e o fim juntos, no mesmo lugar.

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