terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Crime impossível

Se a vontade em ti jaz
O que queres? Tanto faz

Mas tamanha indiferença
chega a ser uma ofensa
ao princípio do prazer
É desistir de alguma coisa,
sem deixar acontecer

Como ao desejo renunciar,
se há desejo de não desejar?

2 comentários:

  1. não há pior ofensa do que a indiferença de quem se ama. lindo!

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  2. O desejo subsiste mesmo quando transferido!
    Não é inexistente!
    Apenas está latente.
    Pode estar camuflado, escondido.
    Talvez tenha se travestido
    e através do outro vai se manifestar.
    O poder é compartido.
    Não há acasos!
    Toda escolha leva a renunciar.
    Pego algo, perco um pouco.
    Esse é o jogo!
    Perder para ganhar.
    É utopia a neutralidade.
    Por isso a negação é fogo!
    Não finja agir com naturalidade.
    As segundas intenções estão embutidas.
    A inocência presumida não é verdade.
    A suposta “não ação” é subversiva.
    Subterrânea, age nos bastidores.
    São desejos de não desejar.
    As promessas serão cumpridas.
    Somos na vida apenas atores!

    Rio, 16 de janeiro de 2013
    Nahalia Leão Garcia

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