quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

A força do vento

O vento vem e derruba árvores. E o homem pensa: isso eu também faço.
Mas o vento também derruba muros. E o homem pensa: preciso construir muros de aço.
Ora, dá uma súbita vontade de ir embora. Mas para onde iria, se lá, quem sabe, não estaria tudo que mais valorizo, inclusive meu riso?
Quero um planeta com vida, com muitas árvores e sem muros. Não darei murros em pontas de facas, mas com elas é possível cortar os laços com
o futuro retrógrado, do agrado somente daqueles que não plantam mudas de solidariedade e compaixão.
Sustentabilidade é a uma das palavras da moda. Mas de que adianta repetir jargões, se insistimos em incomodar os rios, os oceanos, as florestas e o que de tudo isso ainda resta?
Precisamos de valores, mas me refiro àqueles que não gravitam em contas-correntes. Precisamos precisar de menos coisas. Então, do que se trata, a não ser da sustentabilidade moral? Quando ficaremos empanzinados de espertalhões, cujos negócio prediletos são negociatas?
Outrora debaixo dos panos, mas cada vez mais às escâncaras. Parece que a intenção mal dissimulada é tornar a cretinice corriqueira, banalizada, consagrada pelo uso sistemático.
O vento vem e derruba árvores e muros. Mas também espalha sementes.
Algumas brotarão!

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