O enamoramento é o diálogo profundo entre dois silêncios.
Falam apenas os olhares, ligados por algum magnetismo vertiginoso.
Tudo que aconteceu antes perde completamente o sentido.
Os demais sentidos ficam subvertidos: a visão é restrita ao outro rosto e a alguns detalhes periféricos, tudo que se consegue ouvir são os descompassados batimentos do próprio coração, que tateia na obscuridade do desconhecido, em busca do equilíbrio improvável. Outro fato é que o olfato identifica naquele lugar um aroma quase esquecido, parecido com o parto. Apartados do resto do mundo estão aqueles dois seres e seus tatos estatelados pelo frio glacial na espinha vertebral, em choque térmico com o clima tórrido da maçã do rosto, que pede para ser mordida pela boca mais original que qualquer pecado.
Original, sim, mas não pecado!
ResponderExcluirDelicioso!
Delicioso comentário, Lídia.
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