Na matemática existencial, um mais um nem sempre é igual a dois.
Se os dois se fundirem e se confundirem num nó, o resultado será apenas mais um...
Mais um casal casual, usual, igual a todo aquele que se transforma em "cl", por ter perdido a asa.
Essa soma há de ser ímpar, inconfundível, invisível aos olhos nus da bula.
Asas, longas asas para quem almeja a burla das receitas prontas, dessas que não quero provar.
Cada qual traz consigo inacreditáveis coleções de si mesmo, em edições extraordinárias.
Variáveis espetaculares de uma só identidade que assim escapa da atrofia.
Somos tantas e nem sempre santas entidades, não conhecemos nem a metade do que nos habita.
Ora infantilizados pelo desamparo que parece navegar em nossas veias.
Ora adultecidos pelo despreparo que parece nos despregar de nossas teias.
Somos todos malabaristas amadores, amamos as dores que tentamos curar.
Percorremos nossos caminhos num equilíbrio desengonçado.
Chega a ser engraçado e feliz daquele que consegue gargalhar.