quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Ah...

Ah! Se eu pudesse....
abraçar o mundo com as esperanças mais anciãs
Ah! Se eu pudesse...
ter certeza de que elas não foram vãs
Ah! Se eu pudesse...
despertar a bondade escondida no coração mais enrijecido
Ah! Se eu pudesse...
esquecer do que deve ser esquecido
Ah! Se eu pudesse...
compreender o porquê da distância
Ah! Se eu pudesse...
recuperar o que esqueci na infância
Ah! Se eu pudesse...
fazer transbordar o que está reprimido
Ah! Se eu pudesse...
pé ante pé, ao pé do seu ouvido...

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

História a gente ouve, a gente conta
Se alguém aumentar um ponto, a gente desconta
História a gente ensina, a gente aprende
Se alguém esquecer de tudo, nem sempre a gente compreende
História escrita, história desenhada
no fundo do coração, na beira da estrada
História de um, história de dois
Alguém lembrará, para contar a história depois.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

como esconder?

Talvez não seja mais possível,
mas nem por isso deixará de ser.
É fácil ver o que é visível,
mas o invisível...como esconder?

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

mistério e saudade

De repente,
na contramão da rotina.
Impunemente,
projetando-se, feito serpentina.
Sem bula,
com efeitos multilaterais.
Com gula,
desejando os desejos transcendentais.
Com humor,
rindo das bobeiras.
Sem rubor,
justificando as olheiras.
De passagem,
para aumentar a vontade.
Extasiante paisagem:
beleza, mistério, saudade.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

incandescente

Uma varanda imensa,
velas acesas pelas estrelas tantas
que nem consigo contar.
Uma vontade intensa,
que acende outras, nem tão santas,
e entre elas o vai-e-vem do mar para misturar.
Uma verdade tensa,
que antecede outras, tão tontas,
que nem sabem como foram se embriagar.
Um coração que pensa
apaga todas aquelas e serão quantas
as tochas necessárias para a rocha incendiar?

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Enlace

Eu acredito em nós.

É difícil desatar.

oração

Você tem ciúme de quem a ama?
No silêncio do silêncio, quem a chama?
Felinamente, salta pra cima do muro.
Mas tem medo de que acendam o escuro.
Você reza baixinho pra ninguém ouvir.
E esquece do que pediu, como há de convir.
 

dito e feito

Então, está combinado:
vamos pescar estrelas, sentados na Lua.
E depois tirar o cadeado
da minha loucura e da sua.
Falaremos coisas sem pensar 
e pensaremos outras sem dizer.
Ao final, sem combinar,
saberemos o que fazer.
 
 

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

há dia

Quando meus olhos desapegarem-se do dia,
pegarei no sono.
Se puder, pega nele,
que me apegarei ao que meus olhos adiam.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

entretanto

Venha antes que eu vá.
Venha depois de ontem.
Venha pois você não está.
Venha entregar tudo que você não tem.
Venha antes que você não venha.
Venha depois que bastar você.
Venha por mais que não convenha.
Venha por tudo que você não vê.

acorda

Acerca de cordas, pouco sei
Mas sei que há cordas
Há hordas de cercas, eu sei
E que acordas
Quando?
Nem a mim direi.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

sua

Lembra daquele dia?
Ou era noite?
É que estávamos vestidos de luzes,
só não sei se do Sol ou da Lua.
Só recordo que sua alma estava nua
e a minha...ainda sua...

domingo, 12 de fevereiro de 2012

o som da liberdade

Eu pensava que não era nem preciso pensar
Sem saber, sentia com a cabeça
Até durante do dia, respirava o luar
E repetia, como um mantra: não entristeça
Passei a pensar que sentia
Perdida a cabeça, ampliei a visão
Por que serviria à mente, se ela mentia?
O som da liberdade está na voz do coração.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

reitero, rei terno

Não fui ouvido porque gritei.

Atei meus temores aos meus amores.

Aprendi muito quando errei.

E rei que se preza curva-se à amada sem pudores.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

olhar urgente

O que a fez tão diferente para mim?
Afinal de contas, você nem é tão diferente assim.
Mas então, por que mudei de idade tão de repente?
O mundo inteiro ficava bem menor à nossa frente.
Mesmo estacionados, havia tanto movimento.
E flores, luzes, sons dos bons em pleno cimento.
Frases explodiam do nada, feito pipoca.
Nossas bocas equilibrando sorrisos, como a  foca.
A gente trocava de estação, ao mesmo tempo.
E ouvia a mesma canção, como se ela viesse do vento.
O que a fez tão diferente?
Para mim, foi seu olhar urgente.