segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Virtude e pecado

Vida, afinal o que é ela?
É o que está atrás e também à frente da porta e da janela.
Vida é desde o começo e, pelo menos, até o final.
É tudo que faz bem e passa longe do banal.
Vida não é o contrário da morte.
Pois ela é leste, oeste, sul e ainda nos dá o norte.
Vida não é coleção de feridas e cicatrizes.
Ela está nas ruas, avenidas, becos, nas celebrações e até nas crises.
Vida não é supermercado, onde se enche o carrinho.
Vida é virtude e mesmo pecado, desde que haja carinho.

domingo, 15 de janeiro de 2017

Antes do depois

Se os ponteiros do relógio, de uma hora para a outra, trafegassem no sentido anti-horário, o que seria de mim? 
Uma palavra presa no dicionário, temendo mais o começo do que o fim.

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Farpas e harpas

Muito cuidado com os enfarpelados.
Eles soltam farpas e jamais tocarão harpas.
Cuidem muito dos destroçados.
Eles não são troços e possuem almas, 
mesmo que sobressaiam os ossos.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Etiquetas

Consumamos, mais e mais. Já que não amamos, para que pecados veniais? Consumamos, por humanos que somos. Até pelo receio de sumirmos, quando nada compramos. Cada um vale pelo muito que tem a exibir. A os(tentação) tornou-se a única medida aceita no mercado, digo, mundo. A singular moeda de troca. Trocamos todas as coisas que acumulamos. E o cúmulo: permutamos inclusive o
que não é coisa. Sintoma de que coisificamos sentimentos e, claro, pessoas. Colemos, de uma vez, etiquetas em testas. Há quem diga, assegure, que tudo e todos têm preço. 
Quem ousar discordar, que se segure. 
Dos demais, simplesmente me despeço.