Chuva acariciando o travesseiro
Sol à espera da cortina abrir
Palavras sedutoras, com caneta tinteiro
E o passado sorridente que há de vir
Cheiro de terra molhada
Sonata de pássaros ao amanhecer
A colcha toda arranhada
pelas peles, sem doer
Mistura de promessas pela casa
Frutas e pão quentinho à espera
Esperança que transborda da taça
Flores que enfeitam o caminho dela
terça-feira, 30 de novembro de 2010
de caixas e gaivotas
Hoje, ao acordar,
sonhei que estava ao seu lado
Entregava-lhe uma pequena caixa,
com tudo que é seu, de volta
Hoje, ao ancorar,
surtei, pois estava alado
Travegava sobre a cidade baixa,
sem tudo que é meu, gaivota
sonhei que estava ao seu lado
Entregava-lhe uma pequena caixa,
com tudo que é seu, de volta
Hoje, ao ancorar,
surtei, pois estava alado
Travegava sobre a cidade baixa,
sem tudo que é meu, gaivota
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
caos calmo
Onde está o grito?
Pois a dor está às claras
De tanto nojo, quase vomito
Que se soltem as amarras
Onde está o grito?
Escândalos banalizados
Ninguém se toca, se me irrito
Pudores anestesiados
Onde está o grito?
Se meu clube entrega um jogo
Nada mais do que um rito
O torcedor se faz de bobo
Onde está o grito?
Carros e valores em meio à chama
Eu quase não acredito
Somos tratados como idiotas e ninguém reclama?
Onde está o grito?
Liberdade e respeito algemados
Fica o dito pelo não dito
E corações apostam corrida, acelerados
Onde está o grito?
É uma aventura sair às ruas
O medo está aflito
Onde sepultaram as razões, as minhas e as suas?
Pois a dor está às claras
De tanto nojo, quase vomito
Que se soltem as amarras
Onde está o grito?
Escândalos banalizados
Ninguém se toca, se me irrito
Pudores anestesiados
Onde está o grito?
Se meu clube entrega um jogo
Nada mais do que um rito
O torcedor se faz de bobo
Onde está o grito?
Carros e valores em meio à chama
Eu quase não acredito
Somos tratados como idiotas e ninguém reclama?
Onde está o grito?
Liberdade e respeito algemados
Fica o dito pelo não dito
E corações apostam corrida, acelerados
Onde está o grito?
É uma aventura sair às ruas
O medo está aflito
Onde sepultaram as razões, as minhas e as suas?
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
histórias e estórias
Há muitas maneiras
de contar uma história
De olhos fechados,
abrindo a memória,
de coração aberto,
enquanto a alma chora
Há muitas maneiras
de ouvir uma história
Saltando para ela
ou fugindo à glória
Abrindo a janela ou
esquecendo lá fora
Há muitas maneiras
de escrever uma história
Vertendo a verdade,
sem medo de nada,
ou transformando a metade
num conto de fada
de contar uma história
De olhos fechados,
abrindo a memória,
de coração aberto,
enquanto a alma chora
Há muitas maneiras
de ouvir uma história
Saltando para ela
ou fugindo à glória
Abrindo a janela ou
esquecendo lá fora
Há muitas maneiras
de escrever uma história
Vertendo a verdade,
sem medo de nada,
ou transformando a metade
num conto de fada
redundante
Não sei se foi ontem demais
Ainda sinto o aroma nas mãos
Não estou certo se serei capaz
de catar todos os grãos
Palavras caíram do colo,
mergulhando em desamparo total
Se mentes surgiram no solo
Ousadias estarão no varal
Já não tenho qualquer pretexto
para ver ou me aproximar
Pouco importa se está no contexto
simplesmente esquecer de lembrar
Ainda sinto o aroma nas mãos
Não estou certo se serei capaz
de catar todos os grãos
Palavras caíram do colo,
mergulhando em desamparo total
Se mentes surgiram no solo
Ousadias estarão no varal
Já não tenho qualquer pretexto
para ver ou me aproximar
Pouco importa se está no contexto
simplesmente esquecer de lembrar
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
qualquer dia
Visite o que fomos
Primaveras, outonos
Descobertas a céu aberto
Jardins em pleno deserto
Incite o que somos
Abandone abandonos
Descubra que não é errado nem certo
Basta sentir-me por perto
Primaveras, outonos
Descobertas a céu aberto
Jardins em pleno deserto
Incite o que somos
Abandone abandonos
Descubra que não é errado nem certo
Basta sentir-me por perto
domingo, 21 de novembro de 2010
sem legenda
Se no coração há neve, never
Lembrança esquecida
Mas se deve, é dever
A vida revida
Se perde de vista, reinvista
Fotografia sem grafia
Mas se quiser mesmo, persista
Desafinado desafia
Lembrança esquecida
Mas se deve, é dever
A vida revida
Se perde de vista, reinvista
Fotografia sem grafia
Mas se quiser mesmo, persista
Desafinado desafia
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
(agri) cultura
Plantem pés de oportunidade
Perto do mar, longe do asfalto
Que seus frutos cresçam, com vontade
E sejam distribuídos, sem sobressalto
Observem os poderes do produto
Sem contraindicações e barato
Vazios ficarão os vãos do viaduto
Além de arroz e feijão, esperança no prato
Perto do mar, longe do asfalto
Que seus frutos cresçam, com vontade
E sejam distribuídos, sem sobressalto
Observem os poderes do produto
Sem contraindicações e barato
Vazios ficarão os vãos do viaduto
Além de arroz e feijão, esperança no prato
terça-feira, 16 de novembro de 2010
um dia qualquer
Vento dobrando esquinas
Blues multiplicando azuis
Gaivotas brincando, feito meninas
Um vago sorriso, que intuis
Imagens misturadas à poeira
Estrada que engole o horizonte
Desejo que se come pela beira
Água que escorre pela fronte
Pedaço de qualquer coisa pelos ares
Datas espalhadas pelas malas
Labirintos transformados em lares
E um silêncio persistente que não calas
Luzes que renascem pouco a pouco
Cera que escorre pela vela
A dança do destino, feito louco
Créditos derramados sobre a tela
Blues multiplicando azuis
Gaivotas brincando, feito meninas
Um vago sorriso, que intuis
Imagens misturadas à poeira
Estrada que engole o horizonte
Desejo que se come pela beira
Água que escorre pela fronte
Pedaço de qualquer coisa pelos ares
Datas espalhadas pelas malas
Labirintos transformados em lares
E um silêncio persistente que não calas
Luzes que renascem pouco a pouco
Cera que escorre pela vela
A dança do destino, feito louco
Créditos derramados sobre a tela
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
no more
Não esconda. Onda!
Não reprima. Rima!
Não reclame. Ame!
Mais que perdoe. Doe!
Mais que junte. Unte!
Mais que procrie. Crie!
Não reprima. Rima!
Não reclame. Ame!
Mais que perdoe. Doe!
Mais que junte. Unte!
Mais que procrie. Crie!
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
les questions
Culpa? Não me serve para nada
Ciúme? É como o carro tentar possuir a estrada
Maldade? O sofrimento que se reparte
Saudade? Quando o desejo é só metade
Dor? O grito do corpo e da alma
Medo? Quando a ansiedade perde a calma
Fuga? Correr levando junto
Mágoa? O vazio cavando fundo
Vida? Não existe nada melhor
Morte? Se for em vida, é bem pior
Indiferença? O coração sem cor
Amor? O melhor de tudo, seja lá como for
Ciúme? É como o carro tentar possuir a estrada
Maldade? O sofrimento que se reparte
Saudade? Quando o desejo é só metade
Dor? O grito do corpo e da alma
Medo? Quando a ansiedade perde a calma
Fuga? Correr levando junto
Mágoa? O vazio cavando fundo
Vida? Não existe nada melhor
Morte? Se for em vida, é bem pior
Indiferença? O coração sem cor
Amor? O melhor de tudo, seja lá como for
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
eterno retorno
Pra te ver sorrir
caço pipas e estrelas
onde caiam, só pra vê-las...
pra te ver sorrir
Pra te ver sorrir
cato ripas de madeira
queimo o frio na fogueira...
pra te ver sorrir
Pra te ver sorrir
calço nuvens bem macias
percebendo que dormias...
pra te ver sorrir
Pra te ver sorrir
calo tudo que não seja
ternura e gentileza...
pra te ver sorrir
Pra te ver sorrir
caibo em tua fantasia
faço amor e poesia...
pra te ver sorrir
ps: ei-la novamente, leia, novamente.
onde caiam, só pra vê-las...
pra te ver sorrir
Pra te ver sorrir
cato ripas de madeira
queimo o frio na fogueira...
pra te ver sorrir
Pra te ver sorrir
calço nuvens bem macias
percebendo que dormias...
pra te ver sorrir
Pra te ver sorrir
calo tudo que não seja
ternura e gentileza...
pra te ver sorrir
Pra te ver sorrir
caibo em tua fantasia
faço amor e poesia...
pra te ver sorrir
ps: ei-la novamente, leia, novamente.
grão
Te liguei para dizer coisas amenas,
erroneamente pequenas,
que caibam no coração.
Tomara que passe a tempestade
e persista a vontade
de irrigar esse verão.
Não importa o quanto doa,
nem que tudo seja à toa...
o verdadeiro sonho é vão.
erroneamente pequenas,
que caibam no coração.
Tomara que passe a tempestade
e persista a vontade
de irrigar esse verão.
Não importa o quanto doa,
nem que tudo seja à toa...
o verdadeiro sonho é vão.
aqui e agora
Aqui é meu lugar
Agora é o que sou
Aqui bem perto do mar
Agora nem sei onde vou
Aqui não há endereço
Agora é tudo que tenho
Aqui é onde lembro e esqueço
Agora eu vou e venho
Aqui a onda se deita
Agora a dor não existe
Aqui a saudade espreita
Agora nem a tristeza é triste
Aqui o relógio espreguiça
Agora o passado sumiu
Aqui a janela enfeitiça
Agora a ansiedade fugiu
Agora é o que sou
Aqui bem perto do mar
Agora nem sei onde vou
Aqui não há endereço
Agora é tudo que tenho
Aqui é onde lembro e esqueço
Agora eu vou e venho
Aqui a onda se deita
Agora a dor não existe
Aqui a saudade espreita
Agora nem a tristeza é triste
Aqui o relógio espreguiça
Agora o passado sumiu
Aqui a janela enfeitiça
Agora a ansiedade fugiu
muito além
Cante para mim
a melodia imortal
Conceda-me
o impossível mais normal
Prepare em teus olhos
o melhor olhar
Amanheça meus sonhos
sem tardar
Vista minha alma
com tua elegância
Embriague meus descaminhos
com tua fragrância
Aceite meu silêncio
como trégua fecunda
Embale meu segredo
com a ternura mais funda
Esqueça meus erros,
bem como as conquistas
Compreenda as visões
que jamais foram vistas
a melodia imortal
Conceda-me
o impossível mais normal
Prepare em teus olhos
o melhor olhar
Amanheça meus sonhos
sem tardar
Vista minha alma
com tua elegância
Embriague meus descaminhos
com tua fragrância
Aceite meu silêncio
como trégua fecunda
Embale meu segredo
com a ternura mais funda
Esqueça meus erros,
bem como as conquistas
Compreenda as visões
que jamais foram vistas
ias
Vontades...discrepantes, distantes...vontades
Voam as tardes...discretas, pensantes...tardes
Desejos...iluminados, alucinantes...desejos
Desertos azulejos...coloridos, doloridos...azulejos
Fantasias...abençoadas, abandonadas...fantasias
Fantásticas alegorias...alegres, celestes...como disseste que ias
Voam as tardes...discretas, pensantes...tardes
Desejos...iluminados, alucinantes...desejos
Desertos azulejos...coloridos, doloridos...azulejos
Fantasias...abençoadas, abandonadas...fantasias
Fantásticas alegorias...alegres, celestes...como disseste que ias
a vida em postas
Leite derramado
que escorre na rua,
sob a lágrima
que seu olho sua
Amor esquecido
debaixo da porta,
ao lado da notícia
que a chuva recorta
Diante da imagem
que o espelho não gosta,
escreve a ti mesma
e espera a resposta.
que escorre na rua,
sob a lágrima
que seu olho sua
Amor esquecido
debaixo da porta,
ao lado da notícia
que a chuva recorta
Diante da imagem
que o espelho não gosta,
escreve a ti mesma
e espera a resposta.
sábado, 6 de novembro de 2010
Decisão
As escolhas definem nossas vidas
Destinos ou desatinos
Buscas ávidas ou bruscas dívidas
Saltos diminutos ou de felinos
Optar é escolher e refutar
A cada gesto, algo fica pra trás
Definitiva é somente a vida, enquanto pulsar
Transitória é a semente escondida pelo tanto faz
Destinos ou desatinos
Buscas ávidas ou bruscas dívidas
Saltos diminutos ou de felinos
Optar é escolher e refutar
A cada gesto, algo fica pra trás
Definitiva é somente a vida, enquanto pulsar
Transitória é a semente escondida pelo tanto faz
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