sábado, 5 de abril de 2014

e agora, José?

José Wilker surpreendeu-me, mais uma vez. Anteriormente, com sua sagacidade, o humor inteligente, a ironia finíssima de seus trejeitos,
os comentários enxutos, certeiros, sobre o filme que eu ainda veria (ou deixaria de ver). E aí é que está: esse deixar de ver absoluto, esse luto
estranho, que parece ficção. 
Wilker e morte não se associavam para mim. A chegada dela na vida dele
assemelha-se a um
 telefonema por engano. Dependendo da hora, incomoda, mas a gente desliga e tudo volta ao normal. Que ligação será essa, que não se pode desligar? Uma realidade impositiva e positivamente perturbadora.
Talvez todas elas (as realidades) sejam assim, mas eis uma história que eu gostaria que tivesse outro fim.

Tenho a sensação de que, às vezes, a morte é tão ansiosa, que nem espera a vida acabar.

Um comentário:

  1. Linda homenagem, Helcio!
    Mas, quem sabe a Morte não lhe quis poupar de mais degradações que os homens estão prometendo?

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