domingo, 29 de junho de 2014

eucracia

Nós estamos fazendo o possível. Assim falam médicos para parentes de pacientes impacientes, patrões para trabalhadores e suas dores, empregados de companhias aéreas para passageiros sem asas, governantes para governados desgovernados...Possibilidade e necessidade parecem inconciliáveis, nos quatro cantos do planeta. O necessário é tão pouco provável ou serão necessárias mais provas para obter o que não se tem? 
Médicos também são pacientes e impacientes.
Patrões não conseguem demitir todas as suas dores.
Companhias aéreas perdem o chão.
Governantes voltam a ser o que eram antes.
Fazer o possível é ver somente o visível (ou o que se quer ver), tocar no tangível (para que alguns interesses permaneçam intocáveis), ouvir o audível (pois escutar e entender corações e almas é outro nível).
Concilia-se apenas o que é conciliável, abriga-se o que é abrigável, ama-se o amável, tolera-se o tolerável. E a medida de todas essas coisas é determinada por "estados" soberanos e impenetráveis, a "eucracia".
Ouvi uma frase recentemente que me marcou: "cada brasileiro é um Brasil". Se assim for, abrirei mão de minha cidadania solitária, em prol de
uma utopia solidária. Sou quem sou pela soma do que vejo e me vê, do que toca e me toca, do que ouço e me ouve.
O que houve com todos nós, se estamos deixando de ser nós?

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