quinta-feira, 10 de março de 2016

O barulho das bruxas

Quanto barulho lá fora!
Meus silêncios ficam encolhidos. Quase não os vejo.
Eles que sempre foram tão discretos. Há tempos, evitam as multidões. Quando palavras acotovelam-se, perdem singularidade.
Quanto barulho lá fora!
Não vejo anjos nem demônios. Então, talvez esteja no céu.
E não deve ser de agora. Cheiro de coisas queimando, sem fumaça. A fogueira foi cuidadosamente preparada. À espera das bruxas. Que sempre esperaram pelo fogo. A única possibilidade de salvação.

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