terça-feira, 11 de março de 2014

inteligência inteligente

Como aquela pessoa é inteligente, fala vários idiomas!
Nossa, que pessoa genial, matemática para ela não tem mistério algum!
Quem não ouviu frases como essas, proferidas com indisfarçada admiração e até certo sentimento de inferioridade?
A compreensão cartesiana da vida quantifica "poderes", atribuindo-lhes carisma e reconhecimento. Meras habilidades cognitivas podem transformar-se em trun
fos definitivos, que garantem ao seu detentor um lugar ao sol no disputado topo
da pirâmide social.
Mas há inteligências múltiplas e não somente aquela coloquial, tradicionalmente equivocada e perigosa, representada pelo QI. Assim, um indivíduo pode desenvolver
inteligência matemática, linguística, musical, espacial, corporal, interpessoal, intrapessoal, naturalista, existencial. Uma delas ou até algumas, em graus diferentes. Mesmo assim, isso não significa superioridade alguma. Trata-se de vocação, potencialidade desenvolvida naquela área, alguma inspiração mais alentada num campo específico de atuação humana.
O transtorno antissocial também conhecido por psicopatia acomete sujeitos não raramente articulados. Podem ser pessoas divertidas, de papo envolvente, eloquentes, hábeis em respostas rápidas e sedutoras, altamente convincentes em suas estórias improváveis, mas com tamanha habilidade dissertativa que transmitem credibilidade. Apostam muitas vezes no jogo de aparências e freqüentemente são pessoas charmosas e simpáticas.
Portanto, ser "inteligente" não é sinônimo de grandiosidade humana, representada, ao
meu sentir, por atributos outros, como generosidade, simplicidade, compaixão.
Inteligente é gostar de gente e de animais, é dar algo a mais, sem esperar o troco. 

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