domingo, 10 de agosto de 2014

aos pais

Quando eu era cronologicamente jovem, pensava que ser pai era muito simples. Bastaria ter filhos. Logo compreendi que o pai biológico é apenas um nome na certidão de nascimento dos filhos. 
O pai precisa ser um pouco arquiteto, pois opina nos projetos dos filhos, participa da escolha das ferramentas, cuida da solidez das estruturas e da segurança dos tetos. Pai tem um viés de atleta, para caminhar e correr junto, quando for preciso. Fundamental ter boas noções de primeiros socorros (quantas suturas e curativos são feitos, nos corpos e almas de quem ajudamos a trazer ao mundo). Um pai bacana faz estágio num circo, habilitando-se às palhaçadas tão oportunas, que trocam soluços por gargalhadas. Pai tem poder de improviso, para inventar historinhas, na hora de dormir ou para distrair dores oportunistas e angústias tão recorrentes quanto a infância (de filhos e pais).
Acima de tudo, Pai (com P maiúsculo) é aquele que ama de verdade (aliás, há outra modalidade?), que ama a verdade, deixando esse legado a quem é sinônimo de amor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário