sexta-feira, 1 de maio de 2015

singularidades

Ao conversarem entre si, duas pessoas jamais falarão da mesma rua, cidade ou país. Ainda que o nome seja o mesmo, esta será a única coincidência. O significado de cada coisa é único e inconfundível para cada um. Isso vale para lugares, pessoas, comidas, acontecimentos e ideias. Se João fosse meu pai e patrão de Pedro, quando eu dissesse
algo a respeito dele, não estaria me referindo ao empregador de Pedro, mas ao meu pai. 
Essas variáveis tornam a vida encantadora. E nos provocam a perceber a inutilidade das tentativas de colonização do outro. Ninguém está certo ou errado quando emite uma opinião. Ela será a imagem do sentimento, da emoção, da memória que prevalecem naquele momento para aquele indivíduo. E mesmo assim tudo isso se sujeita ao princípio geral das metamorfoses individuais. Vivas às luas, às marés, às estações, aos ventos e a tudo que se perpetua por ser infinitamente diferente.
Adaptando a citação bíblica: diga-me que andas e dir-te-ei que és.

2 comentários:

  1. Que bonito, Helcio. Mas a gente leva anos para aprender isso e nem sempre conseguimos colocar em prática...

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