quinta-feira, 20 de outubro de 2011

ainda sobre a verdade

Às vezes, é tarde, muito tarde, para ser manhã ou noite. Por vezes, não é de caminho que precisamos, mas de carinho, pois de amparo, aconchego, acolhimento é feito o melhor caminho. Caminho que se desenha com desejos puros, quase pueris. Caminhos feitos de verdades brincalhonas, travessas, transversas.
A alma faz buá, corre para um bueiro, para a beira do mundo, no engano de que se pode fugir, que se pode fingir o que a alma grita, berra. A alma não erra, ela é errante, por isso, ela se move, movediça. É levada, levadiça, como as pontes do castelo, de cada elo do pensamento, cigano, ano após ano. Falsas são as falas, as jóias, as bóias que não impedem naufrágios, ágios que empobrecem o capital, o essencial sentido de tudo...e nada, para sobreviver, para viver na praia, para não fugir da raia, para não morrer de raiva, para manter-se viva!


p.s.: cogitações inspiradas no texto "Sobre a verdade", do blog O medo de Suzana, da Suzana Guimarães.

Um comentário:

  1. Helcio,

    E eu quase perco essa postagem!

    Como você pode falar em cogitações? Você não escreve cogitações, você não fez cogitações, fez, na realidade, linda prosa poética, fez poesia da alma, encontro encantado de palavras, sintonia musical com o texto. Você foi além, foi no âmago, foi um voo calmo sobre o meu texto. Abrilhantou com teu gesto minhas palavras.

    Obrigada!

    Beijos,

    Suzana/LILY

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