sexta-feira, 21 de outubro de 2011

des(culpa)

Era uma vez uma criança um pouco crescida que, após uma travessura, dividida entre
o gozo e o medo, esperou pelo castigo, em vão.
Surpresa, gratificada, frustrada?
Quem arrisca colocar um risco sobre a alternativa mais provável?
Não nos surpreendamos nem nos prendamos à solução mais simples.
Isso acontece mesmo, a busca inconsciente de uma culpa, de algo que se interponha entre o desejante e o desejo, um muro invisível, feito de possibilidades que se disfarçam em impossibilidades, proximidades transformadas artificialmente em distâncias, calor trocado por frio, vinho por um cálice vazio.
E a busca absurda arrasta-se como corrente de um fantasma recorrente que, de tão familiar, já nem assusta mais.

p.s.: inspirado no texto "Cursed" da Patrícia, no blog Dias genéricos.

2 comentários:

  1. È meu amigo, a maioria dos nossos fantasmas somos nós quem criamos.
    Bjos achocolatados

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  2. É, calor trocado por frio, vinho por um cálido vazio, tudo, por um muro invisível construído por tijolos de medo.

    bjs

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