sábado, 12 de novembro de 2011

a lógica e a mágica

Eu me casei com a lógica cedo demais. Deu no que tinha que dar.
Noites com sol, a pele transpirando idéias e a cuca quase pirando
em odisséias inenarráveis.
Troquei um sorvete pelo desenho de um sorvete, com legenda e
tudo.
Parecia cinema mudo, com as cenas sucedendo-se freneticamente
e a mente mal conseguindo acompanhar.
Separamo-nos, num ato de razão (ou terá sido emoção)?
Sentimos um vazio que parecia impreenchível e fomos tentados a
tentar uma volta.
Mas o simples retorno não seria a melhor solução (mais do mesmo).
As cicatrizes, como boas atrizes, cumpriram muito bem seu papel
e denunciaram o que a memória arrefecida pelo sofrimento recente
esquecera.
Decidimos que cada um ficaria na sua, com endereços diferentes.
Distantes demais para estarem juntos, juntos demais para se separarem.





3 comentários:

  1. Brilhante!
    Li, reli e lerei outra vez.
    Quando o sol se põe, a lua ilumina. E há momentos de eclipse...total, parcial, depende do clima.
    Razão e emoção, independentes e atreladas.
    Um beijo no Dr. H., lógico e mágico

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  2. Quando reler, perceberá as sutis mudanças. A vida imita a arte (risos).
    Beijo na Dra. L.

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  3. Que bom, que prevaleça a mágica, essa bem mais poderosa que toda a lógica.

    bjs

    P.S - Respeito o seu desejo de não comentar, embora a diversão momentânea de lê-lo!

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