segunda-feira, 19 de novembro de 2012

gelos e elos

Um amigo falou que casal nenhum resiste à geladeira vazia. 
Mas o que deverá estar dentro dela? Gelo seco ou de outra natureza? Certamente não. 
O gelo até cala a dor, por algum tempo. Mas queima e teima em deixar as coisas exatamente como estavam. 
Anestesiado, o sintoma manifesta-se de outras maneiras, mais sorrateiras.
Creio que a geladeira existencial precisa estar repleta não de gelos e sim de elos. 

Pessoas, seus destinos e ideais sobreviverão às chuvas torrenciais das angústias desde que caminhem paralelos, tendo como trilhas exatamente aqueles elos, a permitir que se encontrem no infinito de cada abraço sincero. 
Talvez não consigamos despojar-nos de todos os nossos destroços, mas creio profundamente na possibilidade de destruir-nos menos, com mais altruísmo. 
Uma lareira entulhada de lenha não aquece, é preciso gerar calor.

4 comentários:

  1. Minha coleção de poemas preferidos está engrossando assustadoramente. Daqui a pouco o blog inteiro estará lá!

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  2. Seus comentários são um forte estímulo para que a poesia não cesse.

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  3. E aqui eu sempre caio em profunda reflexão sobre o meu eu mais profundo! Talvez a minha geladeira esteja precisando ser reavaliada para que o gelo não transborde e transpasse a linha do limite... E a fogueira? Ah! Essa precisa arder para nos inspirar a viver!
    Vou... ainda refletindo sobre tudo o que li aqui.

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  4. Você vai...e fico eu...com suas palavras, Tatiana.

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