terça-feira, 19 de agosto de 2014

Marina

Marina morena Marina você se pintou
com o verde da selva e da esperança que você suscitou
Marina você faça tudo, mas faça o favor
de resistir a todas as pressões, venham lá de onde for
Já me aborreci, me zanguei, já não posso calar
E quando eu me zango, Marina, não sei mais votar
Eu já desculpei tanta coisa, 
até me cansar do diferente tão igual
Desculpe morena Marina, 
mas meu desabafo não pode ter um ponto final.

Um comentário:

  1. diz Fallorca:

    Era um som que chegava com as férias, pela voz de uma menina.
    Morena - trigueira, corrigiu-me a Beira implacável - com umas longas tranças, que às vezes me distraio a procurar na seara.
    Eu bem sei que a menina hoje é uma mulher, e que a seara trocou as tranças pelas madeixas que lhe realçam a solidão.
    Mesmo assim, satisfaz-me soltar o olhar pela charneca.
    Apanhar o voo das cegonhas e reencontrar o som da menina.
    Quando sou capaz disso, volto a sentir a dimensão do mundo, à medida que a voz dela ecoa pelo branco dos montes.

    ;) não resisti, sorry...

    é por você se zangar, que o "diferente" será sempre igual...; vai mudando de lugar...; vai-lhe bem "o verde da selva"; o canto dos pardais; o desafio do vento desgrenhado; os salpicos salgados do mar a disfarçar a chuva que escorrega pelo rosto...

    desculpa, moreno Quixote, Marina morreu.

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