sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

são e salvo

Coisas que vão, outras que chegam
Sentimentos vãos e os que aconchegam
Palavras vazias e as que encharcam a visão
A certeza de que ias e o desejo de ser são
A flecha que voa até pousar no alvo
A esperança que ecoa até estar a salvo

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

bebê a bordo

A gravidez de 2010 chegou
ao último mes
Muito em breve,
virão as contrações
2011 respira no útero,
está chegando a sua vez
O bebê será recebido
com promessas e canções

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

intensa mente

Querer muito e muito querer
Ambos ou, então, escolha
Desejo intenso e amar o viver
Liberte seus sonhos, não se encolha

saber é cuidar

Cuidado,
a carícia essencial
Cuidado!
Busque a justa medida
Cuidado,
a todo tempo e atemporal
Cuidado!
Acima de tudo, cuide da vida
Cuidado,
o que faz a diferença
Cuidado!
Não se esqueça de esquecer
Cuidado!
Se atrela, não compensa
Cuidado,
esteja aquecida para aquecer

domingo, 26 de dezembro de 2010

deletar, para deleitar

Para ser livre agora,

é preciso deixar ir embora

o ontem e o nunca,

sem demora.

versão 2011

Talvez perto, talvez longe
Por vezes, quieto, outras eloquente
Gesto profano, olhar de monge
Café incidental, fé frequente

Polêmico ou consensual
Paixão à mostra, mágoa esquecida
A rigor ou casual
Mas, sempre, seduzido pela vida

sábado, 25 de dezembro de 2010

centelhas de mim

Duas estrelas brilham em mim
Decoram meu rosto com suavidade
Meninas, mulheres, ternura sem fim
Demonstram que existe amor de verdade

Filhas, amigas, corações que conheço
Emoção que já veio, emoção que virá
Olhar para elas é retornar ao começo
E repito, qual mantra: Luana e Tainá

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

premência

Quero de volta
a loucura sadia
Quero a revolta
abençoada que me invadia
Quero vê-la envolta
em santidade vadia
Quero vela solta
na eternidade de um dia
Quero a reviravolta
que nada entedia
Quero-a, vira e volta
a nado, não adia

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

ao relento

As rimas,
primas entre si,
zombam dos versos
embriagados

Lágrimas,
de choro ou de rir,
tombam sobre gestos
desabrigados

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

tomara

Sempre haverá velas
para iluminar qualquer solidão
Sempre haverá sonhos
para minar aparente escuridão
Sempre haverá silêncio
para dizer o mais importante
Sempre haverá quietude
para poder seguir adiante
Sempre haverá perdão
para tornar o caminho suave
Sempre haverá sol
por fora, por dentro ou em clave
Sempre haverá chuva
para libertar o aroma da terra
Sempre haverá vida
para vencer a idiotice da guerra
Sempre haverá fim
para resgatar o novo
Sempre haverá multidões
para conduzir os desejos do povo
Sempre haverá palavras
para expressar o silêncio mais fundo
Sempre haverá você
para despertar todo o amor deste mundo

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

savoir faire

E aí?
Olhar para dentro
Menos ti-ti-ti
Aproximar-se do centro

E aí?
Camisa pra fora
Suco de kiwi
Pudores? Ignora

E aí?
Alma descalça
Mergulho em Grumari
Cruzeiro de balsa

E aí?
Expirando ar puro
Saltitando feito um saci
Uma vela iludindo o escuro

E aí?
Viajar sem mala
Uma atitude très jolie
A vida não cala

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

retrospectiva

2010, um ano arqueológico
Escavações, descobertas
Mais emotivo, menos lógico
As veias ficaram abertas

2010, um toque místico
Presságios, confirmações
Um olhar artístico
Comunidades, comunhões

2010, renascimento
O sentido da existência
O encontro, muito mais que um momento
A impaciente paciência

ao meu amor

Encontrei pétalas de afeto
pela casa
Colhi-as com todo cuidado
Voei para o futuro,
com minha asa
Pousei sobre o sonho,
acordado

Se eu pudesse...
as pétalas a teus pés espalharia...
E veja só o que acontece...
outra vez mais, eu te amaria!

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

amor juvenil

Chega, de mansinho
Corre, devagar
Vê se eu adivinho
o tempo e o lugar

Vem, de manhãzinha
Surpreende a aurora
E o sorriso, que nem vinha,
desistiu de ir embora

Feliz Natal!!

Feliz Natal a todos
Aos que seguem
e aos que não seguem
Aos que comentam e aos que
não comentam
Pois a poesia é o símbolo
da fraternidade, a linguagem
do coração, é a cara da emoção,
o retrato do amor pelas pessoas e
pela vida, unindo-as na busca da
beleza e do encontro com Deus.
Abraço afetuoso a todos vocês!

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

modinha

Um segundo de reflexão
para ouvir o que é importante
Escutar sem aflição
E, depois, seguir adiante

Dirigir o carro e a vida com calma
Descobrir no caminho o que sempre esteve lá
Cuidar do corpo, mas também da alma
Renunciar a tanto blá-blá-blá

Estar na moda é tão comum
Inovemos, recusando o igual
Andar e chegar a lugar nenhum
só cansa, mas é habitual

Reinventar a rotina
é descolar do tédio
A magia repentina
é o melhor remédio

A mudança não vem de fora
Por isso, não fique muda
Deixa a  tristeza  ir embora
E a poeira...sacuda!

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

a razão apaixonada

Você não me entenderia
Afinal, sou poeta
Há lógica na poesia?
Ou emocionar a razão é a meta?

Poetas...pessoas estranhas
Apagam a linha do tempo
Palavras expondo as entranhas
A vida inteira resumida num momento

Como é conviver com um poeta?
Sentimentos num carrossel
A alma que flutua, inquieta
Os pés plantados no céu

Ser poeta não é um ofício
Sequer uma escolha consciente
Deixar de escrever, inconcebível sacrifício
Poeta não se entende, se sente

Tema: Então, é Natal

Em minha árvore de Natal,
colocarei os nomes
que enfeitaram minha vida
Alguns já não vejo mais,
é normal
Outros trafegam em meu sangue,
qual avenida
Serão muitos os galhos,
para que ninguém
seja esquecido
Nomes novinhos
e outros antigos
Olharei a árvore
como se o tempo não
houvesse acontecido
Amigos são eternos
Mesmo estranhos,
perrmanecem amigos

Gente que brilha,
gente que apaga
da lembrança
Estrelas na trilha,
coração de criança

quase

É quase Natal
Dá pra mim, de presente, um sorriso
Mesmo sem dedicatória, não faz mal
Mas que seja de repente, sem aviso

Ora, pra isso não há hora
Esquece o tempo e o cansaço
Menina e senhora,
se assim não for, o que eu faço?

sábado, 11 de dezembro de 2010

brevidade

Levo comigo um olhar
Elevo, contigo, uma prece
Leve, contíguo, um lugar
Releve, amigo, se apresse

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

solamente su nombre

Teu nome está
no verde intocado
Teu nome está
na mística dos astros
Teu nome está
no universo apaixonado
Teu nome está
nas mãos e nos rastros
Teu nome está
na placa da cidade
Teu nome está
na página de uma história
Teu nome está
na vida e na vivacidade
Teu nome está
na curva da memória

Blogagem coletiva: como se diz: eu te amo?

De cara limpa ou insano
Ao final de um abraço ou de plano
Tocando ou carregando piano
Quem achar que está subentendido, ledo engano
É preciso, é assim que se diz: eu te amo

Às vezes penso, mas quase sempre eu chamo
Quero ouvir, se não ouço, reclamo
Cura angústia, insônia e desengano
Mesmo que não seja para mim, eu exclamo:
é maravilhoso, é assim que se diz: eu te amo

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

o sono do tempo

Tempo, não acorda tão cedo
pr'eu ficar um pouco mais com o meu amor
Tempo, me conta um segredo:
para onde você irá, se eu também for?

Tempo, sai de fininho,
enquanto enxugo meu pranto
Tempo, me faz um carinho,
me esquece, por enquanto

Tempo, me faz um favor:
me ensina a passar
como passa a dor
Não precisa ficar

Tempo, me espera lá fora
Não se afobe comigo
Mas, se você for embora,
saiba que sou seu amigo

simples assim

Luz branda e indireta
Chuva chovendo lá fora
Coisas bem naturais na dieta
Nenhuma vontade de ir embora

Música que enternece o coração
Luar maior que o próprio céu
Ser fisgado por um olhar, sem arpão
Beijos e abraços ao léu

Corrida pertinho do mar
Incenso cuidando do ambiente
Papo gostoso pra conversar
Tempo que passa e a gente não sente

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

pausa

Pé na jaca ou pé no freio
Esperar que chegue ou carnaval o ano inteiro
Chutar o balde ou chutar pra fora
Aturar calado ou ir embora
Dar sopa ou colher de chá
Café sem açúcar ou maracujá
Dormir de toca ou sair da toca
Malabarista ou brincar com foca
Botar pra quebrar ou embotar a mente
Somente ser ou ser semente

imaginação

Simplesmente, imagine
Pule o fosso da letargia
Escreva algo e assine
Faça como você fazia

Imagine a simplicidade
Voe além da noite e do dia
Exerça toda a naturalidade
Mostre a alma que o medo escondia

até

Beije, até cansar
Mas pode ser que não canse
Ame, até casar
Mas pode ser que não case

Trabalhe, até morrer
Mas, até lá, viva também
Cante, até amanhecer
Mas encante a vida de alguém

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

veleidade

Numa noite cheia de estrelas,
descobrimos o sol aqui embaixo
Agora, não consigo vê-las
Procuro o sol e não acho

Num dia cheio de nuvens,
trocamos verdade por vaidade
Lá fora venta e tu vens
catar saudades no riacho

à vontade

Diga o que tiver de  dizer
Não se poupe, seria besteira
Siga o vento, não precisa correr
Mas invente, crie, de qualquer maneira

Reverencie a irreverência
Revele a finitude da eternidade
Confidencie a inconsciência
Experimente sua própria vontade

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

escada

És cada degrau que me eleva
És cada grau que me sua
És cada nau que me leva
És carnaval toda nua

És cada pão que alimenta
És cada vão que emoldura
És cada não que atormenta
És cada grão que me cura

sábado, 4 de dezembro de 2010

Deus, sempre novo

Que novidades desejamos para o ano?
Um pouco mais de fraternidade,
um pouco menos de desengano
ou a vida com muita dignidade?

O que será novo em dois mil e onze?
Uma mulher presidente,
ouro virar bronze
ou a mesmice dissidente?

Mudará o que no ano que vem?
Outra obra inaugurada,
a chegada de um neném
ou correr de madrugada?

Que o novo ano seja feliz!
Acredite, que é possível
realizar seu sonho, por um triz,
seguindo pelo caminho invisível

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

será

Dentro do bolso, sinceridade
Fora de si, em torno do sonho
Diante dela, incredulidade
Longe da história, risonho

À flor da pele, emoção
Em águas profundas, serenidade
No inverno da ausência, razão
No verão da constância, intensidade

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

zen pressa

Estou em mim
Respirando meu agora
O início, enfim
Ansiedade, vai embora

Excessos de partida
Gesto compassado
A calma, agradecida,
cochila ao meu lado

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Vigília

Beijos esquecidos na própria boca
Remendos de palavras na mão
Delírios de uma alma muito louca
A paz capaz de sentir paixão

Endereços e datas inúteis
Trilhos e filhos sem dono
Motivos e esquecimentos fúteis
Vigília caindo de sono

sagaz

Em minha boca, um cartaz:
cuidado - correnteza!
Repudio o tanto faz
Tripudio da certeza

Fecha a boca, como a noite faz
Mantenha nela somente tuas palavras
Arredia e contumaz
como as fugas que lavras