domingo, 22 de maio de 2011

esqueci da lembrança


Um barco na parede
Sem mar, fica à deriva a solitária pescadora
A rede balançando, lançando convites, por mais que evites
Carros, abraços, beijos e promessas estacionados,
acionados pela ausência destilada e pela saudade desgovernada
Ver nada...e adianta fechar a vista, por mais que a dor persista
e o esquecimento venha a prazo?
Raso é o Rio sem os sorrisos despretensiosos e maravilhosos
que despencavam às pencas de boquiabertas bocas
Como rebocas o desejo que enguiça?
E ainda pensas do mesmo jeito, mesmo que haja aí no peito
algo sem explicação
Em incerto dia, fora de controle, uma lágrima escapa e tu ficas sem ação
Quem sabe essa gota de esperança mate a sede de tua esquecida lembrança.

Um comentário:

  1. Gosto de sua eloqüência sem rimas diretas, mesmo que ainda persigas o verso redondo.
    Talvez, conheça o segredo dos círculos, não os virtuosos, pois cansei das virtudes, mas os espiralados, que te ascendem no caminho.

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