quarta-feira, 23 de maio de 2012

A ética da estética

Errar é humano?
Nada mais humano que o erro. 
Celebro as imperfeições, algumas delas feitas à minha feição.
Abençoados os senões! Muito além de relevá-los, quero levá-los
comigo, com todo o afeto, para que neutralizem os preconceitos anões.
Errar é preciso, para que não pesem em demasia as imprecisões.
Centímetros a mais ou a menos, assimetrias veniais são esquecimentos geniais
do criador.
Quando chego a algum lugar onde tudo está milimetricamente "correto", sinto-me
desconfortável. É tão instável a perfeição! Gosto de almofadas distraídas, distribuídas
sem critério, para que cabeças relaxadas as alcancem e braços não se cansem de 

abraçá-las,sem receio de perturbar a estética. E que ela não nos perturbe.
Viva a ética da naturalidade!!
Marcas de expressão são traços bem vindos, feitas pelo arquiteto da natureza.
Saúdo a beleza acrescida pelo tempo, aquela que não se compra e não se vende e nem mesmo 
o mais forte vento é capaz de arrebatar.
Vida longa à juventude que a certidão de nascimento não consegue certificar.

4 comentários:

  1. Viva a ética da naturalidade!
    Viva as suas palavras abençoadas!
    Um abraço carinhoso

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  2. Justo o que eu precisava ler hoje ! Viva sim toda a assimetria e imprecisão, viva os contornos tortos da felicidade!

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  3. Vivamos assim, assimetricamente felizes, Alice!

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