segunda-feira, 20 de outubro de 2014

medo de que?

Vivemos uma crise de poder. Do tudo pode ao tudo poda.
Isso acontece no ambiente privado e no público. Em família, tememos dizer não aos filhos, que secretamente temem o excesso de sim, pois a saúde emocional deles depende de limites, do (pátrio) poder. Expressamos repúdio pelo autoritarismo e ao mesmo tempo clamamos pelo Estado punitivo, vigilante, entrincheirado em suas câmeras físicas e metafóricas. Soltamos a voz contra a corrupção e corrompemos nossas vozes, que calam diante de tanta iniquidade. Mal sabemos a igualdade que somos capazes de suportar, jamais sentimos o frio que só o outro (aquele de quem pouco ou nada sabemos) sente. Adultos, somos reféns das crianças que não conseguem dormir dentro de nós. Vivemos com medo de morrer de medo ou morremos de medo de viver sem medo?
Cada qual, a seu tempo, descobrirá.

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