domingo, 19 de outubro de 2014

terceiro turno

Política, assim como futebol e religião, são válvulas de escape para toneladas de emoções reprimidas. Catarses quase incontroláveis que se sucedem como avalanches. Palavras são proferidas e escritas como trovões ameaçadores, armas brancas que ferem todas as cores da existência. 
Se queremos um País melhor, não chegaremos ao nosso objetivo com manifestos de ódio, intolerância, excludência, preconceitos rasos. Rios assim não são navegáveis, mas podem afogar coisas preciosas, como a solidariedade, a compaixão e o desejo sincero de aprimoramento.
Posso votar num Partido sem partir para cima de quem tem opinião diferente. Podemos todos fazer diferente, fazer melhor, fazer o melhor que há em nós, o que suscitará nos outros movimento análogo.
Há pessoas de quem gosto que são flamenguistas, vascaínos, evangélicos, católicos, judeus, muçulmanos, budistas, ateus. Mas todos, sem exceção, são humanos. Ideologicamente à direita ou à esquerda, a direção preferencial e saudável é olhar o outro de frente. O que impede que nos unamos, apesar de ideologias, preferências clubísticas e convicções religiosos sutil ou substancialmente diversas, que podem partir amizades ao meio? Diversos são os caminhos que levam à harmonia, com a sabedoria e a sensibilidade que estão dentro de cada um de nós, por mais que alguns as temam tanto. Perder o medo de reencontrar a criança que fomos e somos, ter a coragem de saber-se frágil, encarar o desamparo que nos acompanha e conosco estará sempre facilitarão o enfrentamento de fantasmas que nos sussurram absurdos.
Se cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é, para que disseminar a dor, se o que insemina a vida é o amor
?

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