segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

lua rural

Já é madrugada. Hora de acordar. Pois os acordes são mais bonitos
assim, quando solamos juntos, tim tim por tim tim.
Já amanheceu. Como saber se esse sonho é meu ou seu? Se ele está
emaranhado em nossos braços e nos traços do inconsciente, coletivo
como o ônibus. Pois abriga tantos desconhecidos, sósias de nossos
delírios tão singulares e plurais.
Já anoiteceu. É tempo de ouvir os mugidos da lua rural, à espera do
sol, seu touro astral. O companheiro quase impossível, que a apaga aos

poucos, tornando-a imortal. E, como tal, ele se apega como poucos e
espalha nela todas as coisas, como faz o vendaval.

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