segunda-feira, 23 de maio de 2011

Sintonia (segundo clichê)

Esperei,
quando a espera se esgueirava, clandestina
Esperei em cada olhar,
esperei em cada esquina.

Esperei acordado,
quando todos já dormiam,
esperei ancorado,
quando os barcos já partiam.

Esperei nas grutas,
nas insanas madrugadas,
esperei nas lutas,
nas entranhas das jornadas.

Esperei nos gritos
que o silêncio amordaçou,
esperei nos mitos
que a razão já desprezou.

Esperei sentado
contemplando a escuridão,
esperei cansado, enganando a solidão.

Esperei, de pé,
mal contendo a ansiedade,
esperei, até,
desaprendendo a ter saudade.

Esperei, de uma vez,
todo encanto e poesia,
esperei, talvez, o que não mais se espera,
hoje em dia.

Esperei, enfim,
e esperaria por mais vidas,
e ainda espero...
para lhe dar as boas vindas.

5 comentários:

  1. Ei Hécio,

    Saudades!!!
    Linda esta poesia. Também vivia a esperar, ultimamente tenho agido, cansei de ficar na janela só a observar!!

    Beijos carinhosos.

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  2. A espera que nada pede em troca.
    Li em você alta, poema delicioso.

    Uma boa semana, Hélcio!

    Bjs

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  3. Aceito o convite, sim. Amanha, te enviarei um e-mail. Hoje foi um dia apertado.
    Há muitas coisas para eu ler. Voltarei.

    Um abraço,

    Suzana/LILY

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  4. Ainda bem que voltei!

    Belíssimo texto! Só as almas elevadas sabem esperar.

    Um abraço,

    Suzana/LILY

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