As feridas mal cicatrizadas das cidades.
As avenidas desarborizadas das saudades.
A janela que tentamos abrir, com o desejo sorrateiro.
Ela, que imaginamos sorrir, pelo ego forasteiro.
O cansaço de aço das impassíveis estruturas.
Os abraços que desfaço como malas em salas escuras.
Amores catalogados em achados e perdidos.
Pedidos multiplicados em tantos cacos, não ouvidos.
Por acaso estamos sintonizados dom Quixote rs
ResponderExcluiresse poema parece de encomenda para as minhas tomadas fotográficas das cidades, gosto de senti-las.
Bom demais!as janelas que guardam histórias "amores catalogados e pedidos em tantos cacos..."
gostei muito!
abraço
Sintonias acontecem de maneira encantatória, lis.
ResponderExcluirNós também somos as cidades, bem como as saudades.
Abraço carinhoso.
"amores catalogados em achados e perdidos", como soaram doces essas palavras...e ao mesmo tempo algo pesa ao repeti-las. A beleza da sua escrita impressiona!
ResponderExcluirDoçura, densidade...palavras carregam tantas coisas, que se misturam às palavras...
ResponderExcluirAbraço carinhoso, Alice!
Imagem forte, que nos remete à ante-sala de nossas dores mais febris, no balcão de atendimento de feridas que não fecham, quando a vida nos apresenta um inútil protocolo.
ResponderExcluirA frieza das horas não dá colo pra ninguém.
Abração!
Amigo Marcelo, perfeita a sua percepção da imagem. Esse protocolo é inútil pois não dá colo, não abriga, antes obriga a esperas que desesperam naquele balcão. Mas creio que as cidades encontrarão bálsamos que acariciem suas necessidades. Abraço grande!
ResponderExcluirPrecisamos acolher as cidades como filhas
ResponderExcluirApesar dos pesares
Podemos mandar os protocolos pelos ares
Brincar como menino
Podemos nos libertar das armadilhas
Soltar nossos balões
Espantar o medo.
Na eterna busca pelo grande abraço.
Soar a nossa voz como um hino
Que faça suportável a nossa saudade.
Por filhas serem, devemos (mães e pais)cuidar delas, pela compreensão de que é o cuidado que aprimora e dá sentido ao amor.
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