quinta-feira, 17 de julho de 2014

o futuro do museu

Conte-me uma novidade!
PT e PSDB são os partidos que disputam com mais chances as eleições deste ano. Velhos caciques, velhos índios, velhas aldeias.
Rolling Stones ainda fazem sucesso, os Beatles também fariam, caso estivessem todos ainda vivos.
"Nossos ídolos ainda são os mesmos e as aparências não enganam não".
Talvez porque depois deles não apareceu mais ninguém.
São muitas criaturas e pouca criação, muita propaganda e pouquíssima ação. Nomes desconhecidos são escritos nos muros que nem vergonha dão mais, atores que representam muito pouco, cantores que desencantam, jogadores que chutam nossas esperanças para fora, urnas que não guardam e não aguardam absolutamente nada de novo, surpreendente.
A sociedade exibe seus dentes disfarçados com fotoshop, mas todos os recursos tecnológicos são incapazes de esconder a fome de tantas coisas essenciais. E ninguém me convencerá de que os tempos são outros, que é preciso aceitar a entressafra de imaginação.
Rareiam os filmes geniais, as letras de músicas instigantes, os espetáculos espetaculares, as rimas riquíssimas, os textos que nos conduzem às nossas entranhas.
Câmeras por toda parte flagram nossa insegurança institucionalizada, o medo que compramos e que guardamos em local impróprio, ao alcance de nossos filhos.
Pessimismo faz mal à saúde, assim como fumar, beber e comer em excesso, amar de menos, acumular demais.
Meu otimismo grita, uiva, vocifera para que soltemos nossas feras em seu habitat, onde vivam livres delas e de nós.
Restituam-nos as grandes ideias, os grandes ideais, antes mesmo do próximo lote do imposto de renda. Que a mediocridade se renda e que nossa indignação aprenda a melhor maneira de se indignar, ou seja, sem
perder a dignidade e a identidade com a qualidade, o requinte, o algo a mais que distingue os diferentes de todos e tantos iguais.

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