quinta-feira, 19 de abril de 2012

proverbial

Gosto do verbo que desafia, pois o mesmo afia meus próprios verbos, proverbialmente livres, labialmente indomáveis. Mas amáveis também sabem ser. E é sendo que se é. Que peguem em minha mão, mas não o façam no meu pé. No exemplo das mulheres de Atenas ninguém se mire, mas não se admire se alguém o fizer. Prisioneiros da liberdade? Mas que maldade, será que há cristão que tenha saudade da restrição? Talvez, aqueles que não são e nem se apercebem. Multidões se arrastam e concebem os grilhões. Por milhões de motivos, que as desmotivam. Se me propuserem o paraíso, eu digo: para isso...não!
O gozo é a recompensa de quem pensa e faz. 
A solidão é a eventual companheira. Mas, dessa maneira, será sempre fugaz.
Fugas não solucionam, antes sancionam os que se evadem de si mesmos e saem a esmo em busca de algemas, correndo como emas pelos jardins da mesmice.
Sim, você é dona do seu destino. Entoe isso como um hino e siga domando seus medos.
Sem perder a ternura, nem a loucura de ser tão peculiar.

6 comentários:

  1. Belíssimo texto. De ler e chorar por mais.

    L.B.

    ResponderExcluir
  2. Bonito Helcio
    nem tão fácil ser a dona do destino, há tanto atalhos ...entoar como um hino é a forma mais esperançosa de te-la ,soberana e plena.
    Gosto .
    e deixo abraço

    ResponderExcluir
  3. Hélcio, amigo poeta.
    Tudo tem frente e verso.
    Mesmo o perverso traz em si o solidário!
    O reprimido se faz indomável.
    O insano carrega o lúcido.
    Da loucura irrefreável se chega à cura.
    Pela procura se chega ao fim.
    Um lado contempla o outro.
    Metade de mim é um vulcão
    E a outra metade é doce canção.
    Eu me perdi pra me achar!
    Olhar agradecido pela mesma febre partilhar!

    ResponderExcluir
  4. Metades completas, inteiras, íntegras são essas, Nathalia.
    Febre benfazeja, que enseja febres melhores, que ardem e ardem e ardem, ainda que, porventura, tardem.

    ResponderExcluir
  5. Recebo o abraço e remeto outro, pelos atalhos da poesia, lis.

    ResponderExcluir
  6. Que sejam, quase sempre, lágrimas lindas de felicidade, dessas que irrigam os olhos e trazem à luz mais versos, Lidia.

    ResponderExcluir