segunda-feira, 4 de abril de 2011

arqui-tetos

Mais hippie que vip, avesso a crachás e creches,
habituado a cortar as etiquetas, inclusive as que
roçam na pele, repele prato feito e não faz sala
pra ninguém.
Pensou em ser alguém, mas podia ser ele mesmo,
tembém. Nunca se iludiu com tapinhas nas costas, sabia
que diriam coisas pelas mesmas, sempre os mesmos e daí?
Aprendeu a driblar desde cedo, adversários, advertências
e medos.
Soltou a voz e a imaginação, afogou mágoas passageiras em
abstinentes porres de paixão, ainda que lembrasse da ausência
do pai e da presença indesejável do chão.
Sorri para sorrisos, chora com choros, ama cachorros.
Quixote até já foi, Pixote já se foi, colecionador de esquinas
e endereços.
Um homem e tantos tetos, arquitetos de suas lembranças, levadas
como crianças.



2 comentários:

  1. experiências, rebeldias, inspirações, paixões ... um arquiteto poeta com alma de criança. Lindo! bj. F.

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  2. Amadurecimento,
    Armadura e cimento
    tudo vem com o tempo.


    Um abraço, Helcio

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