Escrever sobre a infância é um grande desafio. Não confio na imagens trazidas
pela memória, sujeitas às glosas do consciente censor, e me fio no que o coração
recorda e recorta, para me entregar.
Era uma vez um chão de paralelepípedos (acho que é a primeira vez que escrevo
essa voluptuosa palavra), um par de pés descalços e milhões de gotas de suor e alegria.
Os paralelepípedos (ufa!!) engoliam nacos dos dedões dos pés que, ainda assim,
insistiam em chutar uma bola, em busca do ângulo perfeito, do grito triunfal de "gol".
Além de driblar os jogadores do outro time, era imprescindível vencer, também, a
marcação, ainda mais implacável, da disciplina familiar, que vigiava de perto e tentava,
a todo custo, evitar as travessuras infantis, tão imprescindíveis quanto os estudos, por
também integrarem o caminho do crescimento, que não poderia abrir mão da ludicidade
e da criatividade, que são amigas íntimas da ousadia e da autoestima.
E foi assim, driblando, dançando no ritmo da música das possibilidades,
não raro requentadas, como algumas refeições e, é claro, requintadas, como as feições
das descobertas feitas acima e abaixo das cobertas, que o menino foi crescendo, crescendo, sendo, sendo...
pela memória, sujeitas às glosas do consciente censor, e me fio no que o coração
recorda e recorta, para me entregar.
Era uma vez um chão de paralelepípedos (acho que é a primeira vez que escrevo
essa voluptuosa palavra), um par de pés descalços e milhões de gotas de suor e alegria.
Os paralelepípedos (ufa!!) engoliam nacos dos dedões dos pés que, ainda assim,
insistiam em chutar uma bola, em busca do ângulo perfeito, do grito triunfal de "gol".
Além de driblar os jogadores do outro time, era imprescindível vencer, também, a
marcação, ainda mais implacável, da disciplina familiar, que vigiava de perto e tentava,
a todo custo, evitar as travessuras infantis, tão imprescindíveis quanto os estudos, por
também integrarem o caminho do crescimento, que não poderia abrir mão da ludicidade
e da criatividade, que são amigas íntimas da ousadia e da autoestima.
E foi assim, driblando, dançando no ritmo da música das possibilidades,
não raro requentadas, como algumas refeições e, é claro, requintadas, como as feições
das descobertas feitas acima e abaixo das cobertas, que o menino foi crescendo, crescendo, sendo, sendo...
Oi Helcio, que legal recordar os tempos de bola na rua...a minha infância tbm foi marcada por uma época em que brincar na rua era possível. Bjuss
ResponderExcluiradorei;)))
ResponderExcluirPareço o escritor atormentado, personagem de um livro do Italo Calvino, que escreve umas linhas, se levanta, vai à cozinha, faz isso e aquilo, volta às teclas...
ResponderExcluirEu, antes decidida a seguir o fio das palavras desde o início, hesito se comento, se leio mais, se clico aqui, ali, um título me atrai, subo, desço, vou tomar um capuccino, volto e continuo maravilhada com um blog que de fátuo não tem nada.
Ah!! deliciosa descrição da ambiência da leitura, o cotidiano misturando-se às letras, ao cheiro do capuccino...os cliques do mouse e da cuca, associando idéias, idealizando associações.
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