sábado, 1 de setembro de 2012

esquisito

Procuro um sorriso.
Parece tolice, pela crendice de ser algo banal.
Quem disse isso?
Não se trata de qualquer sorriso, mas aquele que nem precisa chegar aos lábios.
É aquele que se antecipa, transformando os olhos em raros topázios, em dois trapézios que me convidam ao voo, como
como se já não estivesse no ar.
Falo do sorriso felino, que chega de mansinho e tão macio.
De tocaia, esperando que a presa caia, preparando o bote.
Bote que atravessa oceanos de esperas, que enfrentaram naufrágios, sem perder o amor ao mar.
Como não amar esse sorriso?
Ele faz chover na minha horta, escancarando a porta da minha imaginação.
Esse sorriso é tudo que preciso para perder o juízo, sem prejuízo da paixão.
Um sorriso esquisito*, tão único quanto o requisito para eu não caber em mim.

* esquisito, em espanhol, remete ao que é raro.




4 comentários:

  1. Não há sorrisos banais... há interpretações medíocres...
    Beijo.

    ResponderExcluir
  2. Está procurando o que mais você oferta, distribui e generosamente espalha.
    Um ótimo domingo pra você.

    ResponderExcluir
  3. Um domingo generoso e saboroso para vc, Angela.

    ResponderExcluir