quarta-feira, 1 de abril de 2015

primeiro de abril

No dia da mentira, quero trazer à baila o balé de inverdades que dançamos não raramente. Pessoas que não tremem, que não temem, que têm na ponta de suas línguas respostas perfeitas. As que não titubeiam, não bobeiam, não se contradizem. Eca! Venham a mim os
indecisos, os tementes, os que têm na língua o paladar da dúvida e nos dedos o tato da imperfeição. 
A mentira possui diversos heterônimos: tabus, mitos, fofocas, boatos. Ainda que neles repouse um grama de verdade, será somente ardil para melhor iludir. O sofisma é a obra prima do enganador, do maquiador de farsas.
O dia da mentira não a homenageia, remete-nos à lembrança de golpes duros na vida, na liberdade, no direito de ir e vir das utopias. Não censuro a mentira, por deplorar a censura. Simplesmente, não lhe dou audiência.

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