segunda-feira, 19 de setembro de 2011

a jornada

O dia mergulhou na lua, rendido aos seus encantos.
E ela, narcísica, ficou cheia de si. Farto da falta,
o carro escancarou as portas do caminho,
afugentando as folhas que cochilavam pelo
chão, habituadas ao desuso. Atiradas nas margens,
exclamaram confusas: mas que abuso!
Saltitando nos espelhos, luzes furtivas que furtavam
a distração. Curvas sedutoras, retas indolentes e
pares de olhos mecânicos a piscar, riscando a visão.
Indiferente a tudo, no colo do breu, um andarilho.
Qual será o seu destino, no meio desse nada?
Lerá ele jornais? Haverá neles alguma menção à
sua jornada? Que nada!
E qual será o meu destino, ao final dessa estrada?
Haverá trens, haverá trilhos, haverá rios para nadar?
Choverá nessa horta? Quem viver, verá.


9 comentários:

  1. Ai... que vontade me deu de pôr o pé na estrada, sair sem destino certo, dirigindo sem gps e nem mapa. Só as estrelas como testemunhas, mas de mãos dadas com o acaso...
    Beijokas.

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  2. Helcio querido,
    Eu sei que você concorda que o bom da vida é o mistério de todo dia.Eu fico sempre feliz ao te ver passear por meus delírios.
    Um beijo
    Denise

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  3. Lua, é reconfortante saber que o acaso sempre está por perto. Bj.

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  4. Quem viver verá... Com toda certeza!
    A vida anda pulsando forte em suas palavras!!!
    Um abraço carinhoso

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  5. É muito bom receber seu comentário lá no meu abandonado blog...rs
    E essa jornada aí é de tirar o fôlego.

    Um beijooO*

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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