Tão pouca estrada e tantas as pegadas. Mas soltas eram as esperanças e, de tão livres,
voaram de seu coração para algum lugar incerto, como seu olhar errante. Cabelo e sorriso
presos, o peito arfante, infante ainda, distante do caminho, que rascunhava a cada dia,
adiando a decisão de parar, cada vez mais precisando de ar. Embriagou a consciência,
entorpeceu o olhar da verdade, que temia e que ia, pouco a pouco, fechando,
como as cortinas à sua frente.
Tropeçou na escuridão que desorientava os passos, abriu os braços como se fossem
asas de um pássaro que não conseguia mais voar, espalhou lamentos com tanta melodia,
abraçada à melancolia que se esquecia de passar.
Esqueceu a ordem das palavras, cedeu à desordem da lembrança, que acenava para uma
criança que não sabia brincar. E faltaram melhores brinquedos que aqueles que lhes deram,
que partiram sua coragem em mil pedaços. Muito aço e tão rara leveza que porventura a
fizesse voar.
Ela, que queria roçar nas nuvens e aquele ambiente enevoado, que não a deixava enxergar.
Por medo da rua nua, permitiu que a casa, só sua, a vestisse finalmente de paz. Mas a paz
alcançada, tão absurda, tocou seu corpo e sua alma cansada dessa gente surda,
que não a soube escutar.
voaram de seu coração para algum lugar incerto, como seu olhar errante. Cabelo e sorriso
presos, o peito arfante, infante ainda, distante do caminho, que rascunhava a cada dia,
adiando a decisão de parar, cada vez mais precisando de ar. Embriagou a consciência,
entorpeceu o olhar da verdade, que temia e que ia, pouco a pouco, fechando,
como as cortinas à sua frente.
Tropeçou na escuridão que desorientava os passos, abriu os braços como se fossem
asas de um pássaro que não conseguia mais voar, espalhou lamentos com tanta melodia,
abraçada à melancolia que se esquecia de passar.
Esqueceu a ordem das palavras, cedeu à desordem da lembrança, que acenava para uma
criança que não sabia brincar. E faltaram melhores brinquedos que aqueles que lhes deram,
que partiram sua coragem em mil pedaços. Muito aço e tão rara leveza que porventura a
fizesse voar.
Ela, que queria roçar nas nuvens e aquele ambiente enevoado, que não a deixava enxergar.
Por medo da rua nua, permitiu que a casa, só sua, a vestisse finalmente de paz. Mas a paz
alcançada, tão absurda, tocou seu corpo e sua alma cansada dessa gente surda,
que não a soube escutar.
vês?!
ResponderExcluirAmy é finalmente feliz e está seguramente em paz!
e eu pergunto: porque será preciso sofrer tanto para ficar em paz e finalmente feliz!?
E feliz porque... já não sofre mais.
beijo.
...uma criança que não sabia brincar...
ResponderExcluirAcho que isso a define muito bem. Talvez o que ela era não suportasse os limites do corpo. Talvez a amplidão de sua originalidade tenha perdido o contato com o "real", com as fronteiras da "normalidade" e assim o instinto de preservação. Afinal só se preserva o que se ama.
Ela buscava a imensidão muito além de si mesma.
Tomara agora ela possa se expandir.
Beijokas e uma semana gostosa pra vc.
Belas palavras querido Helcio, foi um choque quando li que esta cantora faleceu.. embora a vida dela não a levasse para outro rumo senão a morte.
ResponderExcluirFaltou amor... amor sincero gratuito. Alguém que lutasse por ela além dela mesma! As lutas travadas ao lado dela, eram de pessoas com um amor interessado na fama e no dinheiro, nas coisas dela. Quando não se tem amor, meu amigo querido, nada sobrevive as tormentas. Faltou a maior inspiração dos poetas em atos.
Um beijo
Lindo dia para vc também, Elisabete.
ResponderExcluirE amor de verdade é por natureza desinteressado, Pat.
ResponderExcluirSemana iluminada para vc, Lua!
ResponderExcluirMaria, será essa paz tardia?
ResponderExcluirÉ meu querido, Amy viveu como sabia viver, fez suas escolhas e agora se foi...que ela encontre seu caminho...
ResponderExcluirBeijos...bom domingo...ótima semana...
Valéria
Valeria, ela viveu como aprendeu a viver. Tudo de bom para vc!!
ResponderExcluirNossas escolhas refletem no caminho que obrigatoriamente trilhamos. Lamentável a partida precoce de Amy. Que encontre a paz logo.
ResponderExcluirbjs
Parte desse conto, fez-me ver uma personagem bem conhecida... Doravante sem perder a esperança, quando parte da estrada muito ainda se tem por galgar.
ResponderExcluirA princípio as cortinas sim foram fechadas razão do encanto perdido pelas páginas arrancadas pelo vento e por ele levadas o que ela deu-se a entrega a o sono profundo, como a querer esquecer tudo...
Mas ao tempo, a passarada deu-se por falta dela e passou a cantarolar mais alto, a acordar a menina desencorajada...
Mostrou a ela o sol, abrindo suas janelas deixando a brisa entrar...
Aos poucos ela se volta reerguendo ao límpido, lembrando que é preciso recomeçar...
Como disse a amiga valéria acima, os dias nos propõe escolhas e a menina conhecida muito tem por caminhar...
O mundo persiste ainda na surdez dessa gente, mas a natureza assovia, surgerindo a cada dia, ser criança para poder brincar...
Helcio meu amigo
deixei-me levar pelo teu conto, tão profundo e sensível que fez mexer o lado de cá...
Abraço amigo e uma feliz semana pra ti
Bjs
Livinha
Belo comentário, Livinha! Feliz semana!!
ResponderExcluirAssim seja, kekel!
ResponderExcluir