domingo, 27 de fevereiro de 2011

desobrigados

No amor, não pode haver domínio, quem obedece
não tem juízo. Se acontecer queda de braço, o que
cai é a base de sustentação do fascínio recíproco.
Competição, basta a do mercado enlouquecido, o
único preço a ser pago num romance é o ingresso
do teatro, para assistir uma peça que faça sorrir.
Mas não se pregue uma peça na espontaneidade,
na leveza, na ratificação tácita do desejo de estar
juntos, embora preservadas as indidualidades.
No teatro do amor, haverá sempre dois protagonistas.
São duas cabeças, com direito a pensar diferente,
dois corações, que pulsam cada qual do seu jeito,
em intensidade e ritmo variáveis. São quatro pernas,
que caminham aos pares e, no caso do par, acabam
encontrando-se em algum lugar, no início da noite,
o mais tardar.
Uno é o indizível sentimento, que desafia os céticos,
fazendo aquelas cabeças, corações e pernas guiarem-se
pelo mesmo código, em que consta um só artigo,
que os desobriga da solidão.

10 comentários:

  1. É, o amor é um jogo que os dois podem ganhar se souberem jogar né?
    Boa semana querido, beijos.

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  2. Perfeita forma para definir o indefinível! Bravo, bravo!

    Um abraço

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  3. Os dois ganham, sem jogar, Miss!! Ótima semana para vc!!

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  4. Um jogo onde haja o perder e o ganhar, ou seja, haja cessão de ambos os lados.

    Abraços e ótima semana pra ti.

    Furtado.

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  5. Para você, também, Furtado! Abração!

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  6. Lindo poema amigo... voce soube dizer lindamente como o amor deve caminhar...individualidade aliada a liberdade e cumplicidade escrita a quatro mãos.
    Beijos e ótima semana.
    Valéria

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  7. ... um jogo?
    Ou se ganha .. ou se perde ... sera?

    Doce beijo.

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  8. No amor não pode haver competição... portanto, "no game"!

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